segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Retrato de um sonho

''Só a chama da vela - que ardia menos que meu corpo - iluminava o quarto. Corri os dedos pela tua pele fervendo enquanto sentia teu rosto no meu. Pude até esquecer do tempo, já que nossos corações pulsavam juntos num tic-tac de um momento só nosso. Te apertei contra meu peito e entendi que ali era teu lugar.
Apaguei a vela. Nossa chama brilhava mais do que qualquer fogueira.''

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Te alcançar

E como se fosse mágica, assim me apareceu
Com olhos de quem conta tudo sem dizer nada
E alma de quem transparece sem nem saber

Posso até sentir teu toque suave e firme
Mesmo que nos separe o tempo e o espaço
Mesmo que teu corpo nunca tenha me abraçado

Ouço a voz que talvez me beijará em silêncio
Sussurando quente no meu sonho ao encontro teu
E ganho asas que me levam longe daqui

Espero como quem não tem pressa de nada
Me entrego desde já aos apelos que meu peito faz
Ou sempre estive entregue, faltava te alcançar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Passarinho

Se a vida é breve e tão incerta
Não vou mais buscar certezas
Posso apenas me perder em teus braços
E esquecer sobre as tristezas
Dormir com nossos quentes bocejos
Despertar com a luz dos teus beijos
E cantar o dia todo como passarinho!

Se a vida é alegria e felicidade
Desisti de me preocupar com tudo
Vou pulsando forte como o coração
Vou por aí, correndo o mundo
Vou contigo se quiseres
Se eu te quero e tu me queres
Senão vou sozinha como passarinho!

Se a vida é afeto e sentimento
Cansei de guardar os meus
Te entrego sem cobrança de nada
Nem de que tu me entregue os teus
Te amando vejo com a alma
Depois nos tocamos com calma
E eu vou embora... como passarinho.

Ou gregos, ou troianos...

Todo ser humano precisa saciar suas necessidades para sobreviver, tanto aquelas que são essenciais, como as supérfluas. É assim que a humanidade vem se desenvolvendo até então, com seus instintos aguçados de auto preservação e satisfação.
Ao ceder à algumas de nossas vontades, abrimos mão de muitas coisas, inclusive relacionamentos, muito embora satisfazer nossas necessidades seja, além de natural, primordial para a felicidade.
E é exatamente aí onde quero chegar: até que ponto vale a pena abrir mão de certas coisas em nome das nossas vontades?
Pensando sobre isso, cheguei a conclusão de que é preciso ser muito organizado para saber administrar a vida vida que levamos, as pessoas que nos cercam e as vontades que podem nos dominar. Precisamos ter em mente sempre o que é mais importante e o que não é, não naquele momento, mas a longo prazo, pois as consequências a gente vai sentindo com o passar do tempo. Vivemos em sociedade e não isoladamente, e a vida em comunidade é cheia de regras sociais que nos fazem querer sumir muitas vezes. É bom lembrar que ao escolher uma coisa, abrimos mão de outra, por isso a necessidade de organização já mencionada acima. Uma vez que a escolha foi feita, o tempo não volta atrás, e devemos encarar de frente aquilo que optamos como sendo o melhor para nós.
Antes que seja tarde e que suas vontades modifiquem sua vida, organize-se!! É impossível agradar gregos e troianos, mas a possibilidade de fazer a coisa certa é acessível a todos, basta querer acertar. Boa sorte!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Convictos dos erros

Já parou pra pensar em quantas ''escolhas erradas'' nós fazemos conscientemente na vida? É isso mesmo. A gente sabe que é errado e mesmo assim, vai lá e faz! E isso começa cedo, lá na infância, quando a mãe ou o pai dizem: "Filho, não coloca o dedo na tomada pois dá choque"... E mesmo assim a criança coloca, é instinto. É claro que, nessa altura da vida de uma criança, essas escolhas não tem peso ou consequência alguma (salvo nos casos de acidentes domésticos hehehe), mas é chegado o momento em que sim, tudo começa a fazer parte do que somos e influenciar diretamente em nossas vidas, tanto pessoais, quanto profissionais.
Nos relacionamentos, por exemplo, a gente sabe bem o que quer, com que tipo de pessoa quer se relacionar e que tipo de relacionamento quer ter. E parece que é batata, acabamos nos envolvendo sempre com aquela pessoa que não pode nos dar o que queremos.
Instinto ou burrice mesmo?
Tá certo que burrice seria, da minha parte, colocar os relacionamentos no plano racional, mas ainda assim fico me perguntando: Se sabemos que vamos sofrer, que não vamos obter nem parte do resultado esperado devido às diferenças das projeções de cada um, porque diabos a gente sempre insiste nisso?
Me lembrei agora daquela famosa frase que diz: ''Sou brasileiro e não desisto nunca!''.
Não sei se é instinto, burrice, química, sentimento ou destino, mas uma certeza eu tenho: NADA é por acaso. Pode ser que agora a gente não entenda nada mesmo - e talvez se entendêssemos, a vida perdesse um pouco a graça - mas com certeza, na hora certa, tudo se explica, mesmo que a hora certa venha com o fim.
Enquanto essa explicação não vem pra mim, vou errando ao som de Caso Sério na voz e violão de Ed Motta.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Veja meus olhos

Quero um olhar que me enxergue
Que veja a alma solitária dentro de mim
Que não só olhe meus olhos no vazio
Mas que entenda porque vejo o mundo assim

Quero um olhar que me veja de dia
Sob a luz do sol, os defeitos da pele
Quero um olhar que me veja à noite
E entenda o que na escuridão, em mim se repele

Quero ser vista através dos meus olhos
E não através de tudo o que faço
Pois às vezes meus atos são impulsos
Mas o que meus olhos mostram, não desfaço

Quero um olhar que fale comigo
E que apenas no silêncio se comunique
Ou que aos brados se faça entender
Mas que o meu consciente fique

Quero ser vista por inteiro
Cheia de defeitos, dor e medo
Quero o aconchego da compreensão
Me dizendo que há tempo pois ainda é cedo

domingo, 2 de maio de 2010

Já!

Nem os braços que me rodeiam servem de laços pra manter preso aquilo que chamo de coração.
Tão inatingível quanto a eternidade, ou teu amor, está o que poderia enjaular a fria fera que faz pulsar minha vida.
Preciso já do impossível...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Utopia

Agora eu só sei amar no papel, junto à minha caneta e meu caderno velho.
Depois que a solidão invade - creiam - é assim mesmo. O querer torna-se abstrato e o sentir torna-se tão profundo que não podemos enxergá-lo e, então, a prática do amor transforma-se em um desastre!
É mais fácil amar no papel, pois este não julga ou machuca - simplesmente fita-me com clareza de sua face, abrindo espaço para que eu transpareça minha alma. Assim, eu posso ser o que sou, sonhar o que quiser e pintar minha própria felicidade...
Antes fosse assim a vida: tão irreal.
Grande ilusão que vivo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Chama Acesa

E finalmente acendeu-se a chama:
Talvez porque parou de soprar o vento
Ou ainda, porque da luz, fez-se o fogo;
Mas queimando, afirmo que está.

Quando cega, esta chama enlouquece
Se ilumina, porém, torna-se a essência
O sangue, o ar, a garganta!
Que, por sua vez, jamais reclama ou se cansa.

Fazendo-se frio o dia, seu calor está presente
Mas se a noite estiver quente, é uma dádiva deixá-la arder
Fazendo-se escuro o caminho, seu clarão abre as portas
E misteriosa, se comporta, fazendo tudo transparecer

Que não seja passageira ou então de palha fina
Que não seja solitária - que infeliz, a só um ser atina
Que seja permanente, de madeira dura e forte
E que esteja acompanhada por dois corações de sorte!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Caminhos

Caminhando pela vida, cruzei meus caminhos com o de várias pessoas, mas nenhum deles me deixou tão intrigada quanto o teu. Não sei ao certo se já te sinto ou se ainda estou surpresa por ter te encontrado assim, sem razão. São desconhecidos os caminhos do futuro, mas os do coração, não – estes são tão claros, que até nossa alma reflete, mostrando aquilo que há em nós, guardado e esquecido. Logo eu, uma errante sem nenhuma história boa pra contar, fui atravessar teu caminho e então algo me fez parar. Algo me fez ser sincera e contar o que realmente sou; contar dos amores, dos defeitos, dos tropeços e o que há de bom em mim. Me fiz verdadeira novamente quando meus passos frearam em tua vida, e provando da minha verdade, me embriaguei de ti. Sou eu quando me escutas, sou eu quando me olhas... E se não me olhas, nem sei mais se sou alguém. Logo eu, distraída e atrapalhada, enxerguei além e te encontrei, me reencontrando. Se hoje escrevo estas palavras, já não as atiro ao acaso, e se hoje minha mente transborda emoções, já não as esculpo mais, as sinto rudes e brutas, belas em sua essência. Aliás, é assim que te vejo: o diamante mais belo, mesmo sem ter sido lapidado! Logo eu, que gostava de oscilar sensações, decidi ser constante para te admirar... E sem hesitar: que nossos caminhos se unam, ou ainda voltem a se encontrar!